Se eu tivesse que resumir, diria que reter um bom talento em uma startup é quase tão difícil quanto inovar. Na minha experiência acompanhando negócios de tecnologia – especialmente na Weehub, Inc., onde vejo empresários batalhando diariamente para segurar pessoas-chave – noto que o desafio não é só atrair profissionais brilhantes, mas mantê-los comprometidos no longo prazo.
Eu já vi times se desmanchando antes do produto decolar. Muitas vezes, por uma razão simples: ninguém sentia pertencimento real ao futuro daquela ideia. Foi então que comecei a perceber o poder do contrato de vesting e quero mostrar como esse instrumento pode transformar o jogo, principalmente se você sente que está competindo com gigantes por profissionais inovadores.
Por que reter talentos é um desafio em startups?
O mercado de tecnologia brasileiro cresce numa velocidade impressionante. Os profissionais do setor se tornaram quase disputados a tapas. Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego entre profissionais de tecnologia no Brasil é de 5%, enquanto a média nacional está em 12%. O cenário diz muito. Se o seu talento não vê valor em ficar numa startup, ele facilmente recebe uma proposta na próxima semana.
Além disso, um estudo da Fundação Dom Cabral mostrou que 75% das startups brasileiras enfrentam dificuldades na retenção de talentos. Essa alta rotatividade não só impacta resultados, mas também freia a inovação. Quando alguém sai, perde-se know-how, cultura e, às vezes, até o ânimo do resto do time.
Vesting não é só cláusula, é uma mentalidade de longo prazo.
O que são contratos de vesting?
Se você nunca ouviu esse termo, não se preocupe. Contratos de vesting são acordos que garantem ao colaborador o direito de receber participação societária ou opções de compra de ações ao longo do tempo, desde que permaneçam na empresa.
Na prática, o vesting funciona como um estímulo para que profissionais estratégicos “cresçam junto” com o sucesso da startup. A cada ano, mês, ou etapa atingida, um novo pedaço da participação prometida vai sendo liberado. Isso cria um incentivo tangível para o talento apostar na visão da empresa a longo prazo.

Como funciona o vesting na prática?
Eu gosto de dividir o vesting em três pontos-chave:
- Tempo de Carência (Cliff): É o período inicial em que nada é entregue ao colaborador. Por exemplo: se o cliff é de 1 ano, só após esse período parte da participação prometida começa a ser adquirida.
- Prazo de Vesting: Geralmente, de três a quatro anos. Ao final desse tempo, o colaborador adquire todo o direito previsto no contrato.
- Saída Antecipada: Se o colaborador sai antes do vesting completar, ele só leva a porcentagem proporcional do tempo dedicado. Isso evita situações em que alguém que ficou pouco tempo saia com uma fatia relevante do negócio.
Por exemplo, se um desenvolvedor recebe promessa de 4% de participação, com cliff de 1 ano e prazo total de 4 anos, só após o primeiro ano ele “ganha” 1%, e o restante vai conquistando proporcionalmente até completar 4 anos.
Vantagens do vesting para reter talentos
O que mais me encanta no vesting é o alinhamento de interesses. O colaborador sente que seu esforço diário realmente vai impactar o seu próprio futuro. Ele começa a ver que não está “trabalhando para alguém”, mas sim para algo dele também.
Além disso, estudos da FGV mostram que startups que implementam contratos de vesting têm 30% mais chances de alcançar o sucesso a longo prazo. Isso não me surpreende. Manter talentos engajados e apostando no futuro da empresa reduz a rotatividade, aumenta responsabilidade e fomenta um ambiente de inovação.
Outro dado interessante do estudo do BNDES revela que 80% das startups que adotam vesting conseguem manter seus fundadores e principais executivos por mais de cinco anos. Isso praticamente dobra as chances de maturidade da liderança, essencial para atravessar os altos e baixos do crescimento.

Como montar um bom contrato de vesting?
Se você está pensando “mas como criar um vesting que funcione na minha startup?”, aqui vão os passos que considero mais relevantes:
- Defina quem entra no vesting:
Geralmente, sócios, fundadores e profissionais-chave. Eu já vi contratos englobando até consultores estratégicos para amarrar conhecimento crítico dentro da casa.
- Estabeleça o percentual de participação:
Deve ser um valor atrativo, mas proporcional ao impacto que aquele talento traz. Não adianta diluir demais ou prometer mais do que pode cumprir.
- Determine o prazo e o cliff:
O prazo padrão no mercado costuma ser de 4 anos, com cliff de 12 meses. Mas não é regra rígida, pode adaptar ao estágio e estratégia do negócio.
- Inclua regras de saída:
Tudo bem desenhado: o que acontece se alguém pedir demissão, for demitido ou houver uma fusão, por exemplo.
- Formalize tudo por escrito:
Não confie apenas em acordos verbais. Um contrato detalhado evita conflitos e judicializações futuras.
Nenhuma promessa vale mais que um contrato claro e bem feito.
Erros comuns que vejo em contratos de vesting
Com o tempo, percebi que há algumas armadilhas recorrentes. Uma é não revisar o contrato conforme a startup evolui. O que fazia sentido no início pode não ser bom após um investimento ou crescimento expressivo. Outra falha é “limitar” o vesting só a fundadores, deixando times técnicos ou comerciais fora do alinhamento de longo prazo. Confesso que já vi muito potencial se perder aí.
Como o vesting e a Weehub, Inc. se conectam?
Na Weehub, Inc., apoiamos startups a criarem estratégias sólidas de crescimento. Incentivamos o vesting porque entendemos na prática que proteger talentos é proteger o valor do próprio negócio. A inovação nasce da soma de muitas cabeças pensando junto, e o vesting dá motivos para cada um delas ficar até o fim da “batalha”.
Já observei, em mentorias feitas por nossos especialistas, que times com contratos de vesting tendem a apresentar maior coesão e engajamento mesmo nos momentos mais críticos. É quase como uma vacina contra decisões impulsivas de saída.
É para toda startup?
Talvez você ainda esteja em dúvida se o vesting é adequado para sua realidade. Eu acredito que mesmo startups pequenas podem se beneficiar. Se o objetivo é atrair ou manter talentos estratégicos, principalmente em áreas críticas e de alta rotatividade, o vesting se mostra uma solução prática, inteligente e razoavelmente simples de colocar em pé.
O segredo, para mim, está em adaptar sempre às demandas e ao tamanho do seu negócio. Escute o time, converse com mentores experientes (como os da Weehub, Inc.), avalie prós e contras, mas não espere grandes dores para então pensar em retenção.
Conclusão
No final, ao pensar em contratos de vesting, estou defendendo mais do que um instrumento legal. Trata-se de cultivar um senso de pertencimento e propósito. É investir, juntos, no sonho da startup. Não por acaso, vejo na Weehub, Inc. muitos novos negócios decolando, justamente porque colocam pessoas e transparência no centro das suas decisões.
Se você quer construir um time forte, inovador e comprometido com o crescimento sustentável, repense seu modelo de recompensa. Contratos de vesting podem ser o divisor de águas entre a perda de talentos e a formação de um verdadeiro time campeão. Se quiser saber mais sobre como transformar seu negócio através de práticas inovadoras de retenção, conheça melhor a Weehub, Inc. e conte com nosso time de especialistas.
Perguntas frequentes sobre contratos de vesting
O que é um contrato de vesting?
Contrato de vesting é um acordo que estabelece as condições para um colaborador ou sócio adquirir participação societária ou opções de ações ao longo do tempo na empresa. Ele protege a startup de desfalques e oferece incentivo de permanência para quem realmente acredita no negócio.
Como funciona o vesting em startups?
Na prática, o vesting funciona por meio de um cronograma: o profissional só conquista, de fato, a participação prometida após completar um período de tempo ou cumprir certas metas na empresa. Se ele sair antes, só recebe o proporcional ao período completado.
Quais as vantagens do vesting para startups?
O vesting aumenta a retenção de talentos, gera mais engajamento e reduz conflitos societários. Além disso, facilita atração de profissionais estratégicos e cria alinhamento de interesses entre sócios, líderes e a própria empresa.
Vesting é obrigatório em startups?
Não, o vesting não é obrigatório, mas é amplamente recomendado para startups que querem evitar problemas com saída precoce de sócios ou colaboradores essenciais. A decisão de usar ou não cabe à estratégia de cada empresa.
Como criar um contrato de vesting?
O ideal, na minha visão, é contar com assessoria especializada para redigir o contrato. Mas a estrutura básica envolve: definir quem estará no vesting, qual participação será concedida, o prazo de aquisição (vesting), condições de saída e formalização de tudo por escrito. Sempre adapte às necessidades do seu negócio.