Quando penso na trajetória das startups de tecnologia no Brasil, vejo que a governança corporativa ainda é vista muitas vezes como um item de luxo, algo para ser pensado apenas quando a empresa “crescer de verdade”. Essa mentalidade, porém, pode limitar o potencial de inovação e sustentabilidade do negócio. Eu já acompanhei diversos casos em que a ausência de processos e estruturas de governança foi o principal obstáculo para captar investimento ou até para manter o crescimento saudável.
Estruturar a governança não é burocratizar: é proteger e impulsionar a startup.
Neste artigo, vou compartilhar de forma prática o que aprendi sobre como estruturar a governança corporativa em startups de tecnologia, sempre relacionando com a missão de fundos como a Weehub, Inc., que investem em negócios promissores e buscam transformar inovações tecnológicas em impacto real.
Por que startups de tecnologia devem pensar em governança?
De acordo com um estudo da Fundação Getulio Vargas, 65% das startups de tecnologia no Brasil não possuem um conselho de administração formal, o que gera impactos profundos na capacidade estratégica e dificulta o acesso a investimentos relevantes (estudo FGV).
Eu mesmo já vi fundadores brilhantes perderem oportunidades porque não conseguiam demonstrar como as principais decisões eram tomadas ou como lidariam com conflitos de interesse. Mais do que responder a investidores ou parceiros, a governança traz clareza para dentro da própria equipe, facilitando decisões difíceis e reduzindo riscos internos.

Os pilares básicos da governança em startups
No início, eu achei que implementar governança corporativa seguiria sempre uma cartilha rígida, mas aprendi que, em startups, flexibilidade é um ponto-chave. Ainda assim, alguns elementos são indispensáveis desde cedo. São eles:
- Definição clara de papéis e responsabilidades
 - Criação de um conselho (consultivo ou não)
 - Políticas para tomada de decisão e solução de conflitos
 - Transparência na comunicação interna e externa
 - Gestão de riscos alinhada ao estágio da empresa
 
Essa estrutura básica, adaptada à realidade de cada negócio, é o ponto de partida para um ambiente confiável tanto para investidores como para a própria equipe. Inclusive, segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, apenas 30% das startups adotam essas práticas desde a fundação, enquanto metade só constrói estruturas mais sólidas após rodadas de investimento significativas.
Como começar a estruturar na prática?
Quando me perguntam por onde começar, costumo sugerir um caminho gradual, respeitando as necessidades e o ritmo de crescimento da startup. Não dá para importar modelos de grandes corporações. Mas também não faz sentido ignorar práticas que tornam empresas mais seguras e atraentes para o investimento estratégico, como o feito por Weehub, Inc. Vou explicar minhas etapas favoritas:
1. Clareza nos papéis e decisão compartilhada
No início, os fundadores acumulam funções. Ok, até aí tudo bem. Mas com o tempo, a falta de definição de responsabilidades gera confusão e retrabalho. Por isso, sugiro que se estabeleça:
- Um acordo de sócios detalhado, com direitos, deveres e regras claras para saída ou entrada de novos parceiros.
 - Matrizes de decisão: quem pode decidir o quê, dentro de limites definidos.
 
Lembro de um caso em que, sem um acordo bem elaborado, uma decisão precipitada de um dos sócios quase inviabilizou a continuidade da startup. Isso poderia ter sido evitado com processos preventivos básicos.
2. Conselhos consultivos: por que não começar cedo?
Embora o conselho de administração seja incomum nas startups nos primeiros estágios, a criação de conselhos consultivos é uma alternativa acessível e muito eficaz. De acordo com uma pesquisa da USP, startups com conselhos ativos crescem até 25% mais em receita (pesquisa USP). Na minha experiência, contar com mentores externos traz visões que o time interno pode não enxergar, e geralmente acelera o amadurecimento da empresa.
3. Informações e indicadores sempre à mão
Pode parecer exagero, mas já perdi as contas de quantas startups não conseguem mostrar seus números principais de forma rápida e clara. Ter relatórios financeiros, indicadores de desempenho e até atas de reuniões arquivadas mostra maturidade na relação com investidores, como a própria Weehub, Inc.
4. Processos de compliance e ética
Parece papo de empresa grande, mas práticas básicas de ética e conformidade protegem contra riscos reputacionais e ajudam a formar uma cultura organizacional forte. Pequenas “regras de ouro” já fazem diferença, como proibição de conflitos de interesse sem comunicação prévia e canais mínimos para denúncias.

Os benefícios para startups que estruturam a governança
É comum ouvir que governança só serve para empresas que querem vender ou abrir capital, eu discordo totalmente. Quando olho para resultados consistentes, vejo startups mais organizadas obtendo vantagens que vão desde acesso a investimento, até mais velocidade para acertar o caminho no mercado. Segundo pesquisa publicada pela Folha de S.Paulo, startups com governança estruturada têm 40% mais chance de alcançar o break-even do que aquelas sem qualquer tipo de estrutura (pesquisa Folha).
- Maior confiança de investidores e parceiros
 - Processos de decisão mais rápidos e transparentes
 - Cultura de responsabilidade e compromisso
 - Redução de riscos, inclusive jurídicos
 - Ambiente favorável ao crescimento sustentável
 
Esse ciclo virtuoso é perceptível diariamente na prática de fundos como a Weehub, Inc., que valorizam parceiros alinhados não só pelo potencial de inovação, mas também pela capacidade de crescer com estrutura e responsabilidade.
Os erros mais comuns (e como evitar)
Guardadas as proporções, vejo que algumas armadilhas se repetem:
- Postergar a criação de um conselho ou estrutura consultiva, seja por medo de custos ou receio de “abrir demais” a gestão.
 - Confiar totalmente em relações pessoais, sem registrar contratos ou acordos formais.
 - Tratar a governança como checklist apenas para captar investimento.
 - Negligenciar a transparência com funcionários e parceiros estratégicos.
 
Segundo o Sebrae, 70% das startups que fecharam nos últimos cinco anos não tinham práticas mínimas de governança. Para mim, esse dado fala mais do que qualquer manual.
Conclusão
Muitas vezes, inovar é pensar diferente justamente na gestão. Ao estruturar minimamente a governança, até uma startup muito jovem se torna mais competitiva, menos vulnerável e mais provável de realizar seu propósito. Esse é o tipo de comportamento e visão que fundos como a Weehub, Inc. valorizam e buscam fomentar ao apoiar empresas inovadoras no Brasil e no mundo.
Se você tem uma empresa de tecnologia em fase de crescimento ou deseja estruturar melhor sua startup para atrair investimentos, recomendo conhecer de perto a Weehub, Inc. e entender como seu modelo de apoio estratégico pode ser o impulso que faltava para seu projeto sair do papel ou dar o próximo grande salto.
Perguntas frequentes sobre governança corporativa em startups
O que é governança corporativa em startups?
Governança corporativa em startups consiste em práticas, regras e estruturas que organizam a tomada de decisão, definem responsabilidades e garantem transparência entre sócios, colaboradores e investidores. Em resumo, é “jogar limpo” e ter o básico de processos organizados para proteger o negócio.
Como implementar governança em empresas de tecnologia?
Na minha experiência, começar é menos complicado do que parece. Primeiramente, sugiro documentar acordos entre sócios, definir papéis e responsabilidades e criar conselhos consultivos, mesmo informais nos primeiros estágios. Depois, com o crescimento, ampliar para conselhos de administração e políticas de compliance mais detalhadas costuma ser o caminho natural.
Quais são os benefícios da governança corporativa?
Os benefícios são vários: acesso facilitado a investimento, decisões mais rápidas, proteção contra conflitos e um clima de confiança interna que torna a startup mais atrativa para talentos e parceiros estratégicos. Além disso, startups bem estruturadas costumam sobreviver e crescer mais do que as demais.
Quando devo estruturar a governança na startup?
Acho que quanto mais cedo, melhor. Não existe um estágio fixo ideal, mas a partir do momento que surgem sócios, colaboradores ou conversas com investidores, já vale a pena implantar as primeiras práticas, mesmo que adaptadas à realidade da empresa.
Preciso de conselho de administração em startups?
Normalmente, o conselho de administração formal só aparece quando a startup já atingiu certo porte. Mas conselhos consultivos ou reuniões regulares com mentores externos já funcionam como uma excelente preparação e diferencial competitivo para qualquer startup, em qualquer estágio.